O Caminho da Espada II

Nana estava pronta para tirar a própria vida quando seu "pai" voltava dos mortos para impedi-la. Era obra do destino, estavam fadados a se reencontrarem, Nana ficava tão feliz quando o via acordado que seus olhos se enchiam de lagrimas.

- Meu objetivo ? Eu cumpri?

Só então Nana tinha uma realização, ele havia acabado de assumir ser seu pai dizendo "você cumpriu seu objetivo" que atualmente seu objetivo era encontrar seu pai.

- Sim, eu cumpri meu objetivo! Finalmente te encontrei!

Nana se curvava e pedia perdão por suas ações anteriores

- Sinto muito papai, minhas ações não foram honrosas, eu aceito qualquer que seja minha punição.

Só ai ela escutava a pergunta de seu "pai" sobre como ela o havia encontrado, Nana se levantava novamente contava sua história.

- Não foi fácil... mas eu sabia que você era uma pessoa extremamente forte, então busquei por traços de energias poderosas enquanto sentia a força da natureza a minha volta, encontrei muitos guerreiros estranhos nessas terras, e passei por muitas dificuldades.. mas tudo valeu a pena agora que consegui te encontrar.

Seus olhos brilhavam de emoção, e aquele mal entendido parecia querer continuar por um longo tempo, afinal Nana havia entendido a situação completamente errado.

- Você..vai voltar comigo?

Ela perguntava com um certo receio, pois mesmo desejando do fundo do coração que seu pai voltasse com ela, Nana sabia que não tinha direito de ir contra as palavras de seu agora confirmado "pai".

Nana já estava se preparando para conhecer mais sobre seu pai e sobre o lugar para o qual estavam indo, estava tão confiante que nem se preocupou verificar o traseiro daquele homem. "Não é necessário, afinal ele mesmo já disse". Dessa forma eles chegavam juntos até a sala de reunião. Haviam tantas pessoas fortes ali que Nana se sentia uma mera formiga. Mas seu espirito de samurai não lhe permitia ficar para baixo. Quando seu "pai" dava bom dia, Nana fazia o mesmo, porém curvando seu tronco para frente e falando em voz alta.

- B..BOM DIA!

Apesar de parecer ser apenas uma completa idiota, Nana tinha um grande potencial e já era possuidora de um imenso poder mesmo sendo tão jovem. Mas infelizmente a parte idiota se sobressaía. "Mas enviar sua própria filha para me buscar foi sacanagem! Huang-chan! É claro que eu não poderia dizer um 'Não' para ela, sob a pena dela ser punida por sua doutrina rigorosa!"

"Quem será essa tal pessoa? Não lembro de ninguém ter aparecido no caminho, talvez... tenha sido antes de eu chegar?"

Ele estava ficando curiosa sobre a situação, de quem Tenkai estaria falando? Ohashi Nana dificilmente tirava algo que acreditava de sua cabeça, e a não ser que a verdade lhe fosse dita claramente ela não deixaria de acreditar na mentira. "De qualquer forma, aí está, senhorita Ninja, você estava tão ansiosa para rever seu pai, aí está. Missão cumprida, omedetto!"

- Waaaah!

"Ele está tentando fugir de novo?" Ela pensava quando Tenkai lhe empurrava na direção de Huang Zhii. Com muito esforço ela conseguia parar se apoiando naquele velho homem.

- Ah.. s..sinto muito!

Se virando novamente para seu "pai" Nana falava

- Você não pode fugir de novo papai! Eu demorei tanto tempo pra te encontrar! Não pode se livrar de mim assim!

Nana sempre escutou de seu avô, nas poucas vezes que ele falava de seu pai, "Aquele grande irresponsável", Tenkai se encaixava tão perfeitamente que Nana estava certa de que ele era seu pai, e a não ser que alguém lhe dissesse em alto e bom som que ele não era, ou que ela percebesse que algo não se encaixava, ela continuaria acreditando. Quando terminava de falar ela pulava na direção de Tenkai para agarra-lo, mais precisamente na sua cintura (ou nas suas calças), não se sabe no que aquilo resultaria.

- Naquele dia você desapareceu, quando eu era muito nova.. E depois que a mamãe e o vovô morreram eu fiquei sozinha, se soubesse que você estava aqui todo esse tempo teria vindo pra cá!

Sem entender o tipo de situação no qual havia se metido, Nana continuava grudada em Tenkai enquanto escutava as palavras de todos ali, as coisas começavam a clarear sua mente, e ela pensava.

"Do que eles estão falando? Será que foi tudo um mal intendido? Não pode ser..."

Até que antes que pudesse pensar em mais nada a morte vinha em sua direção, tanto poder vinha daquelas rajadas de vento, que Nana seria partida em pedacinhos.

"Eu vou morrer... Eu realmente vou morrer...tudo por um pequeno erro...eu nem tive a chance de me desculpar"

Seus olhos estavam fechados, ela não conseguia reagir, já era difícil até mesmo respirar próximas a pessoas cuja força exerce pressão sobre aqueles que possuem afinidade com as auras, e Nana por sua vez, possuía um sentido extremamente aguçado para sentir a força daqueles a seu redor. Ela mal conseguia se mexer e apenas esperava pelo fim, mas este não chegava, quando abria seus olhos aquele homem que pensara ser seu pai lhe estava abraçando, e havia recebido aquele ataque furioso em seu lugar.

"Por que? Não foi minha culpa ele acabar nessa situação? Por que ele me protegeu?"

Nana se ajoelhava ao lado dele, e escutava suas ultimas palavras com lagrimas nos olhos.

- Não se preocupe comigo.. por minha culpa você... sinto muito...

Era então que Nana podia observar o traseiro daquele homem, e qualquer esperança de que ele fosse seu pai desaparecia por completo. Nana se levantava, mas logo se curvava no chão e falava em voz alta.

- PEÇO PERDÃO POR MINHAS AÇÕES, FOI TUDO UM MAL ENTENDIDO DESDE O INICIO, POR FAVOR POUPEM A VIDA DESTE HOMEM, EU ACEITO QUALQUER PUNIÇÃO EM SEU LUGAR.

Agora que sabia a verdade seu coração estava pesado, por que Nana desejava com todas as suas forças que aquele fosse seu pai verdadeiro.